sábado, 1 de dezembro de 2007

continuando 4....

Ela está distanciada do necessaire, substituído pela sacola, forrada de plástico, com pomadas, panos, bicos e o restante infinito do arsenal infantil. O máximo a fazer é atravessar o sinal vermelho com o carrinho de bebê na faixa de pedestre.Se não está aprontando e ordenando as coisas, está limpando a bagunça. Se não está encaminhando a criança ao sono, está dormindo junto. O banho de banheira da criança que encharcará o piso, será o raro momento em que se ausentará, ouvirá novamente sua respiração e buscará informações atualizadas da rua.Falei do trabalho, porém é o isolamento que mata. O pai age na maioria das vezes, como um porteiro das visitas, cumpre a convenção social de mostrar o bebê para em seguida continuar suas conversas. Um elogio prá lá, um elogio prá cá, a criança abandona a cena e a mãe corre atrás para atender as chamadas noturnas. Não há como acompanhar os papos entusiasmados e eufóricos. Escuta as risadas do quarto com curiosidade e ao mesmo tempo receio de que a criança seja acordada e tenha que recomeçar o acalento...E torce para que as visitas saiam cedo.Os amigos e amigas da mulher, de contato frequente, de repente desaparecem. No início, podem rodear o bebê, propor bilu-bilu e esganiçar dublagens. Exaltam o nascimento. Mas no isntante do socorro e exaustão, nenhuma alma por perto. Acontece uma segregação silenciosa e terrível. Alguns se afastam para não incomodar, outros para não serem incomodados.Durante essa fase, os relacionamentos escasseiam também devido a exclusividade materna. Quem não tem filho pode achar esquisito, mas ela encontrará dificuldade de conversar sobre outros assuntos que não relativos ao seu filho. Afinal, seu universo gira em torno dele. Vai se aproximar de outras mães(amigas de comuni) para dividir suas dores e delícias. E um dos motivos para que reuniões da escolinha sejam longas, é que é um momento de desafogo, desabafo e cumplicidade(CCB).

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