sábado, 1 de dezembro de 2007

continuando 2...

Por mais que esteja acompanhada de um marido, é como se mandasse no campinho. É ela que deverá responder - ou acredita que deve responder - no surgimento de dúvidas ou impasses. O homem goza da regalia de coadjuvante, com atenuante que não precisa conhecer tudo, dado a educação que recebeu. Pai tem que aprender a ser pai, mãe está ensinando a ser mãe. A crença é que a mulher tem uma enciclopédia embutida no ventre.

Licença-maternidade não é licença poética. Não é apenas estacionar o filho na vaga preferencial do seio. Mal se recuperou do parto e enfrenta a multiplicidade de atividades. Não dorme pelo medo de dormir e deixar escapar um apelo do bebê e ser incriminada por omissão. A insônia é o de menos. Até encontrar a posição certa de segurar o nenê para não ter cólicas, até encontrar a melodia adeuqada que tranquiliza o choro, até encontrar a postura confortável para não sofrer com dor nas costas é uma arte.

Entre fraldas e lençóis, dificilmente será reconhecida em família pelos seus pequenos e imprescindíveis feitos. De que modo contar a terceiros e ao próprio marido o que fez? Que deu leite, arrumou as roupas, limpou cocô, deu papinha, arrumou a casa e que essas operações tomaram todo o seu dia? As energias gastas em 24 horas serão reduzidas a um relato de 3 minutos. Vc vai ouvir que é exagero. E começa a cobrança e a sensação de que não é compreendida.

O marido aparecerá em casa, leve e lépido, mais disposto(é claro), e brincará descansado com o filho, imitará sons de bichos, desfrutará da organização enquanto vc finalmente descansa tomando um banho. O pai é o parque, a mãe é dia útil. Resta assistir a alegria como se fosse sua.

Um comentário:

Emerson disse...

puxa, tem coisas ai que terei que pedir a você uma explicação mais detalhada, pode ser?
Mas isso outro dia a gente conversa. Claro se você quiser falar né.
Bjos