sábado, 1 de dezembro de 2007

continuando 1...

Depois do nascimento, desconfia que sua barriga serviu para um aluguel de luxo, que os familiares se importavam com a criança a vir e não com a criança adulta que se transforma em mãe. Paparicam o bebê e ela acaba de canto, alheia, sequiosa por um aconchego que não chega. Na hipótese da cesariana dolorida e custosa, não receberá sequer algum questionamento sobre sua saúde. Andará sozinha, bem lenta, atrás do cortejo. A depressão pós-parto não é uma miragem, ela sinaliza desvalia.
De uma hora para outra, a mulher não é mais responsável por sua existência, é responsável por duas vidas. Não poderá se dar ao luxo de pensar somente em si. Pensará em si por último, caso sobre tempo. Aliás, não é casando que a mulher deixa de ser solteira, ela muda efetivamente de estado civil ao gerar um filho, pois ela nunca mais estará sozinha. A dependência é substituída pela independência, no sentido de orientar e educar a criança.

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